Instituto Aço Brasil estima pequeno crescimento de 0,5% em 2020, devido ao impacto da pandemia no segundo trimestre, ficando em 18,88 milhões de toneladas.

Após terminar 2020 perto da estabilidade, com crescimento projetado de apenas 0,5%, o setor sinaliza expansão pouco acima de 5% nas vendas domésticas de aço do próximo ano. A estimativa é do Instituto Aço Brasil, entidade que reúne as indústrias siderúrgicas. Para este no ano, a estimativa mais recente é que o volume comercializado somará 18,88 milhões de toneladas e, para 2021, a 19,89 milhões de toneladas.

Já no consumo aparente (vendas locais mais importações) há previsão de um recuo de 1%, para 20,78 milhões de toneladas. Em relação a 2021, porém, a entidade prevê alta de 5,8%, atingindo 21,97 milhões de toneladas. A projeção para o incremento do consumo aparente de aços planos é de 6%; em longos, de 5,5%.

A produção brasileira de aço bruto deve fechar 2020 em 30,75 milhões de toneladas, com retração de 5,6%. Assim como outros setores, a indústria siderúrgica sentiu forte retração de demanda por seus produtos no início da pandemia. Vários altos-fornos foram desligados. Na sequência, o consumo de aço se normalizou e, posteriormente, teve forte retomada.

Segundo o presidente do Aço Brasil, foi destacado, na reunião, que o desligamento temporário de alto-fornos não prejudicou a construção civil, pois “quase a totalidade” do insumo utilizado pelo setor é produzido nas aciarias elétricas, à base de sucata, que tê religamento rápido.

Para o presidente do conselho diretor da entidade, Marcos Faraco, oferta e demanda vão se ajustar “em algumas semanas”. “Caminhamos para normalização do abastecimento de aços longos e planos”, disse. Segundo Faraco, a distribuição – canal de venda que fornece a maior parte do aço para a construção – trouxe “ruído grande” ao abastecimento do insumo.
O Aço Brasil projeta exportações 16,3% menores (10,72 milhões de toneladas), enquanto as importações devem cair 17,4%, em 1,95 milhão de toneladas.

Em novembro, o uso da capacidade instalada das usinas chega a 68,4%, acima dos 63% esperados para o ano antes da pandemia. Segundo Faraco, para que haja “sustentabilidade de longo prazo”, a utilização deve atingir 80%, o que depende da expansão de exportações, além do aumento do consumo interno. É necessário, segundo o presidente do conselho, tratar de algumas questões para que o país tenha mais competitividade. O setor se queixa de que a China coloca seu excedente de produção, no mercado internacional, com exportações incentivadas.

Em relação aos semi-acabados – placas – exportados para os Estados Unidos, Lopes informou que o setor siderúrgico brasileiro discutirá, em dezembro, com o presidente americano, Donald Trump, a possibilidade de exportar, em janeiro, as 290 mil toneladas que faltam para cumprimento da cota de 350 mil toneladas.

O volume ficou retido pela decisão da gestão Donald Trump de reduzir de 350 mil para 60 mil toneladas a cota que o Brasil poderia embarcar sem o pagamento de tarifa no último trimestre. Inicialmente, o Brasil tinha autorização para exportar 3,5 milhões de toneladas neste – 90% do volume distribuído de janeiro a final de setembro, e 10% no último trimestre.

Fonte: 30/11/2020 | Valor Econômico